quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Budismo

O fundador do Budismo, Sidharta Gautama, nasceu em Kapilavastu, Índia 563 aC e faleceu em Cusinagara 483 aC . Ele tinha uma juventude caracterizada pelos prazeres e divertimento. Durante um passeio pelas ruas ele se deparou com um velho, um doente e um cadáver, encontros que lhe mostraram o lado miserável do ser humano. Naquele momento ele resolveu mudar o sentido de sua vida, desejava fazer algo para reverter aquele quadro. Então deixou seu luxuoso palácio, vestiu uma roupa esfarrapada, cortou seus cabelos e por seis anos em Urulviva, sujeitou-se as mais rigorosas práticas de devoção á sua nova filosofia de vida.  Em seguida, retirou-se para o mosteiro de Buda Gaia, onde se tornou Buda que significa “O Iluminado ou Sábio”. Depois de organizar a base de sua doutrina, partiu em peregrinação para divulgá-la. 
Do ponto de vista sociológico e antropológico, Lévi-Strauss resume o pensamento religioso do mundo assim: “Os homens fizeram três grandes tentativas religiosas para se livrar da perseguição dos mortos, da maldade do além, das angústias da magia e da enfermidade; Separadas pelo intervalo de 500 anos, conceberam primeiramente o Budismo, depois o Cristianismo e em seguida o Maometismo (islamismo). O Impressionante é que a cada tentativa, ficou mais longe de se marcar um avanço, o que houve foi um retrocesso.” De acordo com Lévi, a melhor corrente religiosa criada pelo homem até hoje foi o Budismo.

É preciso conhecer bem o assunto antes de emitir uma opinião, agir sobre as influências do fanatismo pode provocar não só uma injustiça, mas um grande erro em sua vida. Vamos conhecer um pouco mais sobre o Budismo.

Buda (Sidharta Gautama) meditava profundamente a fim de adquirir energia mental e conhecimento interior, vivia praticamente a pão e água, pois só disso poderia dispor em suas longas viagens. Acreditava que para melhorar mundo era preciso valoriza a vida, pois só assim haveria igualdade entre os homens. A Regra de Ouro do Budismo ensina: “Tudo o que somos é resultado do nosso pensamento.” (curiosidade: O bem o mal não existem, é o pensamento que os cria, Shakespeare, 1564-1616, Buda também acreditava nisso). Seus ensinamentos incluem a total proibição do roubo, do vício, morte de qualquer ser vivo... em fim, todos os valores morais para se ter uma vida de igualdade virtuosa e repleta de paz. Sem dúvida nenhuma, a dádiva mais valiosa para ele é a vida. Por mais miserável que um indivíduo seja, ele continua sendo um ser humano, ele é vida, é valioso, é único, é importante.

Sobre o universo, Buda pensava como os grandes cientistas e intelectuais da atualidade; O Universo sempre existiu e sempre esteve e estará em transformação. Buda nunca disse que era de origem divina e nem atribuía origem sobrenatural as suas revelações. Meditava, mas não rezava a nenhum deus supremo.  Devido ao seu grande amor pela natureza, poderia ser considerado um ecologista.

Todo o conjunto de seus ensinamentos é conhecido pelo nome de Budismo, doutrina que era essencialmente ética na sua pureza inicial e anti-ritualística. Obstante do que pregava, aqueles que tiveram contato direto com ele, não creditavam que estavam diante de um simples ser humano, de tão bondoso que era. Nem tão pouco os que liam seus ensinamentos, acreditavam que se tratavam de idéias deste mundo. Deram-se então os primeiros desvirtuamentos de sua filosofia. Após sua morte surgiram inúmeras seitas que passaram a dar interpretações diferentes ao Budismo.

“Muitos dos pensamentos do Buda não podem ser postos no papel, eles devem ser desenvolvidos na mente antes de serem colocados em prática.”
Atualmente a humanidade caminha para os ideais do budismo. Forçado pelo próprio clamor da sociedade que precisa valorizar a vida e paz na democracia.  O Brasil mesmo já segue esta tendência desde sua primeira constituição, que o transformou em um estado laico,  (um país laico, significa que ele não tem uma religião oficial, isto é importante porque um governo desatrelado a preceitos religiosos e ao misticismo acolhe todo o seu povo de forma igual ). Também na Carta dos direitos Humanos, vemos a plena sintonia da valorização do ser humano praticada pelo Buda.

A Mística e Maravilhosa História do Buda.Vimos anteriormente, que foi impossível manter a imagem de Buda desmistificada, o que gerou muitas lendas. E esta é uma das mais belas:

A rainha Mayadevi nasceu no reinado de Devadaha do antigo Nepal, casada com o Rei Suddhodhana durante 20 anos, nunca tivera filhos. Até que numa noite Maya, sonhou com a visita de um espírito divino em forma de elefante branco, ele olhou para ela disse: De seu ventre nascerei na Terra. No nono mês da gravidez milagrosa, como de costume, a rainha foi para a casa de seus pais. No caminho resolveu passear pelo jardim florido do Parque de Lumbini, onde entrou em trabalho de parto e ali mesmo no meio da floresta nasceu a criança. Momento tão grandioso que as árvores, primeiras testemunhas, se inclinaram em sinal de reverencia.  Os céus por sua fez se lamentaram pela perda de seu Bodhisattva para a Terra, e se manifestaram com uma doce chuva com sabor de chá. (em algumas versões os céus se emocionaram). No local onde nasceu o pequeno príncipe, imediatamente surgiram várias flores de lótus. Alguns minutos depois, ele já estava andando e logo em seguida já começara a falar. No sétimo dia sua mãe faleceu e foi para o céu, ficando sua irmã Prajapati a incumbência de criar o sobrinho que passara a se chamar Sidarta.

O Rei protegeu seu único filho excluído-o do mundo, a juventude de sidarta era caracterizada pelos prazeres e divertimento. Até que um dia escutou uma música encantadora vinda do outro lado da muralha do palácio, queria saber o que era, o que tinha lá fora, mas ninguém lhe respondia. Diante de tanta insistência, seu pai marcou um passeio além dos muros, para mostrar-lhe que não havia nada a se esconder. O Rei Suddhodhana ordenou para que pintassem casas e enfeitassem as ruas por onde o cortejo iria passar, mandou também organizar uma frente de súditos jovens, bonitos para dar a ilusão de que tudo era perfeito em seu reino. No dia programado, Sidarta seguiu com seu cocheiro Channa pelas ruas da cidade, sempre vigiado pelos guardas reais. A alegria, a festividade e beleza eram contagiantes tudo levava a crer que lá fora era tão belo quanto sua vida no palácio. Num certo momento ele observa uma coisa estranha, e pergunta a Channa: O que é aquilo? Ele responde: É um idoso, todos nós ficaremos velhos como ele um dia. Sidarta ficou aterrorizado, então em meio a toda aquela festividade escapou pelas vielas, onde encontrou um doente. Mais adiante presenciou um funeral. A tristeza e angústia tomaram conta de seu ser, ele não acreditava que alguém poderia morrer, estas descobertas não faziam parte de sua vida. Naquele momento ele resolveu mudar o sentido de sua vida, desejava fazer algo para reverter aquele quadro. Imediatamente voltou ao palácio e contou tudo para seu pai, queria ajudar aos pobres, alimentá-los, acolhê-los em sua casa. Diante disso o rei o proibiu de ultrapassar novamente os portões. Sidarta foi dominado pela frustração.  Deus (natureza) sensibilizado pela sua sinceridade no coração fez cair sobre o reino uma névoa para adormecer a todos, com exceção do próprio príncipe, que vê nesta a oportunidade de escapar.

Cortou seus cabelos como forma simbólica de renunciar ao trono e a sua vida de ostentação. Vestindo roupas simples, foi sozinho para a floresta onde passou pelas piores provações para superar todos os seus medos. Aquele jovem de 20 poucos anos, acostumado com as mordomias da riqueza agora estava sozinho, com fome em meio a animais selvagens.

O Caminho do Meio (Madhyama Pratipad, em sânscrito)
Diante de tanta fome no mundo, após viver uma vida onde comia com fartura, se viu indigno de se alimentar novamente. Sentou-se à sombra de uma arvore a meditar e ali permaneceu por dias, bebendo apenas a água do orvalho e comento os frutos que caiam em sua mão. Quando já estava muito fraco quase desmaiando, ouviu as palavras de um professor que ensinava seu aluno a tocar violão junto ao rio: “Assim como um violão com a corda frouxa não produz som algum, um violão com a corda muito esticada acaba por arrebentá-la”. Após meditar sobre este fato, Sidarta concluiu que o rigor excessivo é tão ruim e ineficaz em termos espirituais quanto físicos, optou então por seguir um caminho do meio.

Em seguida, retirou-se para o mosteiro de Buda Gaia, onde se tornou Buda que significa “O Iluminado ou Sábio”. Depois de organizar a base de sua doutrina, partiu em peregrinação para divulgá-la.

Fonte:Sobrenatural

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